De todos os perigos da prática do pára-quedismo, um dos mais graves é a colisão de dois pára-quedistas no ar. O mais ligeiro toque pode fazer colapsar células do pára-quedas ou enrolar as cordas de modo que torna difícil ou impossível abrir o reserva em condições. Em termos de gravidade a colisão está logo a seguir à aterragem com uma perna de cada lado do arame farpado.
Para evitar este perigo instituíram-se várias regras de segurança para os praticantes iniciados:
1- Trazer seguro, atestado médico e o cérebro para o curso.
2- Saber distinguir o lado esquerdo do lado direito.
3- Verificar a abertura e a proximidade de outros pára-quedistas, em vez de gritar injúrias para a calote por ter enrolado as cordas de propósito.
4- Dar prioridade ao pára-quedista que está mais abaixo (em caso de dúvida, o lado de baixo é o que tem o chão).
5- Em caso de colisão iminente, virar sempre para a direita.
6- Evitar fazer precisamente o contrário do que o instrutor indica por rádio.
Estou a contar-vos isto porque aquele caganito azul a pairar ansiosamente no ar sou eu a tentar chegar ao chão de forma segura e controlada, e o caganito laranja que vem logo atrás é o amigo Sousa, que ou muito me engano ou quebrou todas as regras de segurança da lista, excepto talvez a nº4 e os dois primeiros elementos da nº1.
Em sua justiça devo dizer que apesar de tudo o Sousa, nos intervalos de me ameaçar escarrapachar a 300km/h contra uma placa de alcatrão, até é um tipo simpático.