quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Amazingjackintheboxpoly quê?

Num comentário ao post anterior, a Joaninha perguntou o que raio é aquele tal de “Poly Counter” que apareceu ali na página. Para quem estiver interessado está aqui a resposta.

Joaninha linda, estás a ver na imagem aquela grelha sobre a pele do Jack? Cada quadradinho da grelha é um polígono, ou poly. O conjunto desses polígonos todos colados uns aos outros forma a superfície do modelo.

O número de polígonos num modelo determina a qualidade do pormenor que se pode modelar. Quantos mais forem os polígonos, mais fina é a malha, e portanto mais definidos serão os pormenores. Nesta fase da modelação o Jack tem 16.552 polígonos, mas mais à frente vou cortar de novo a topologia de modo a refinar as formas, acrescentar rugas, e definir melhor a estrutura facial, e a contagem vai crescer talvez para uns 20.000. Na altura de modelar o detalhe de alta frequência como rugas minúsculas, poros ou borbulhas, o número de polígonos andará por volta dos 3.000.000, e o meu computador vai-me chamar todos os nomes que sabe em binário e mais uns quantos em hexadecimal.

O Amazing Jack in the Box Poly Counter é mais uma brincadeira que algo de realmente útil ou interessante, mas a ideia é ir contabilizando a evolução da peça através do número total de polígonos. Conforme fôr acrescentando os restantes modelos à cena final, estes serão também contabilizados. Para além de que um número grandalhão dá sempre um ar importante a qualquer projecto. Por isso é que nos videojogos, explodir com uma nave não dá 3 pontos, dá 50.000.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Jack in the Box 3 - modelação base

Finalmente meti a mão na massa para modelar a geometria base. Nesta fase a preocupação é principalmente conseguir um modelo fiel ao conceito desenhado, em termos de proporções e volumes, construindo uma topologia sem erros e com os respectivos loops a acompanhar a estrutura óssea e muscular da cara do Jack.

Há já alguma indicação de pormenor de baixa frequência, como as principais rugas do sobrolho ou do canto da boca, mas ainda sem qualquer definição. Antes porém de continuar a acrescentar pormenor vou fazer o unwrap do modelo, enquanto tem poucas faces e está simples. Esse será o próximo post do Jack.

Para terminar fica a indicação do número de polígonos do modelo no presente estágio de desenvolvimento. No futuro podem perder o vosso precioso tempo a consultar esta informação inútil no Amazing Jack in the Box Poly Counter ali à esquerda.

Poly Count = 16.552

Download para iPhone

Jack in the Box 3 - modelação base
Jack in the Box 2 - plano de modelação
Jack in the Box 1 - silhueta

domingo, 9 de setembro de 2007

Olé!

Foi com um profundo pesar que li num jornal a notícia do acidente de treino do Pedrito de Portugal, no dia 6 de Setembro, em que uma queda sobre a espada lhe feriu a perna esquerda. Mais concretamente, foi com um profundo pesar que li que o anormal sobreviveu.

Que excelente oportunidade de nos vermos livre desse cretino de sapatinho de ballet cor de rosa e lantejoulas que espeta ferros em touros para gáudio de uma cambada de labregos mentecaptos. Não só teve o descaramento de não morrer, como ainda foi para o hospital gastar o dinheiro dos nossos impostos em tratamentos.

Já não é a primeira vez que o Pedrito nos faz uma desfeita destas. Ao que parece ele tem levado cornadas em tudo o que é arena por esse mundo fora, mas por alguma razão teima em não morrer.
Seria de esperar que um azelha no toureio tivesse a mesma esperança de vida que um daltónico na brigada de minas e armadilhas, mas não - a tourada é um duelo tão desequilibrado a favor dos mariconços dos toureiros que mesmo o nabo do Pedrito, que quase se matou sozinho com a própria espada, consegue brilhar como matador. Há uns tempos ainda foi colhido na zona genital, mas tem tanta sorte com os malditos dos cortes “limpos” que não furou sequer os intestinos. Estou tão desalentado com a aparente imortalidade desta figura da cultura lusa que já me contentaria com uma cornada que lhe provocasse azia...

Em 2001 elevou-se de forma sublime na sua cretinice e matou um touro na arena, tendo sido condenado a pagar uma multa no valor de 100.000 euros. Mais tarde afirmou: “Naquela noite, as pessoas começaram a gritar "mata, mata" e levantaram-se com lenços brancos na mão. Fui levado pelo momento. Depois, a multidão levou-me em ombros pelas ruas da cidade”. Eu proponho que na próxima corrida o público se levante a gritar “morre, morre” com lenços brancos na mão. Com um bocado de sorte o Pedrito é “levado pelo momento” e manda-se outra vez para cima da espada. Olé!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A Caganeira Faz Bem aos Ossos

Muito provavelmente neste preciso momento há um tipo chamado João que está a insultar-me com todos os nomes que conhece em 20 línguas diferentes enquanto espeta alfinetes voodoo em brasa num bonequinho careca com cara de parvo.

A sorte duns é o azar dos outros, mas neste caso é mais correcto dizer a caga brutal duns é a desgraça miserável de outros.

Eu gosto de jogar futebol, é uma coisa que me ficou desde puto, e sempre que posso faço o meu joguinho de trintão acabado. Há dias um amigo convidou-me para uma partida, mas eu estava a recuperar de três dias de indisposição gasto-intestinal provocada pela ingestão excessiva de gaspacho, e recusei o convite. O João foi jogar no meu lugar, e essa foi talvez uma das piores decisões da sua vida.

A meio do jogo ele sofre uma falta violenta que lhe parte o pé. Cai no chão a contorcer-se de dores, e no meio dos grunhidos e palavrões que dirige ao tipo que o agrediu, percebe-se que quer ir imediatamente para o hospital. Os médicos decidem-se por engessar o pé, e ao fim de uns quinze dias volta ao hospital, já curado, para tirar o gesso.

"Já está, mexa o pé." diz o médico com um ar confiante que rapidamente se começa a desvanecer quando percebe que a única coisa que o João consegue mexer são os músculos todos da cara, incluindo as orelhas, com o esforço de tentar articular um pé mal curado. As radiografias trazem más notícias. Houve duas fracturas adicionais que não tinham sido detectadas na altura da lesão, e que cicatrizaram fora do sítio. A incompetência dos médicos significa que terá que voltar a partir os ossos do pé para serem realinhados.

O João volta para casa, e nos dias seguintes compra umas muletas para ter mobilidade suficiente para regressar ao trabalho, enquanto espera pela cirurgia. O primeiro dia de trabalho começa com a viagem de taxi para o escritório. Começa e acaba, porque a meio caminho o taxista espeta-se noutro carro. Desta vez é o joelho não resiste. O João voltou para o hospital com um joelho partido, e um pé por partir.

Não conheço o João, mas qualquer dia quero conhecer, e de preferência numa altura em que ele não tenha as muletas à mão...