quinta-feira, 24 de maio de 2007
quinta-feira, 17 de maio de 2007
O Flagelo Tipográfico da Humanidade
Em 1995 o Sr. Vincent Connare, na altura a trabalhar na Microsoft, recebeu uma versão beta de um software para crianças intitulado Microsoft Bob, onde figurava o cãozinho Rover, que falava através de balões de diálogo em estilo BD com o texto em Times New Roman. Connare sentiu, e muito bem, que o tipo de letra não servia o aspecto cartoony que se pretendia, e decidiu desenhar uma nova tipografia para o programa. Baseando-se em vários livros de banda desenhada (principalmente em The Dark Night Returns da DC Comics) criou a font Comic Book, que mais tarde decidiu chamar de Comic Sans por achar o primeiro nome um bocado parvo. De início a font foi incluída no Windows 95 Plus Pack, sendo posteriormente adicionada como font de sistema na versão OEM do windows 95 e mantendo-se até a versão actual do sistema operativo.
Acontece que odeio a Comic Sans com todas a células de designer do meu corpo. É um ódio visceral. Mas a culpa não é do bem intencionado Vincent Connare, como ele próprio explica: "A Comic Sans não foi projectada para ser um tipo de letra, mas apenas uma solução para um problema com a parte mais vulgarmente negligenciada do interface de um programa - a tipografia utilizada para comunicar a mensagem. Não houve intenção de incluir a Comic Sans em nenhuma aplicação que não aquelas especificamente desenhadas para crianças."
A font em si não é má, foi a sua utilização abusiva e desregrada que tornou a Comic Sans num dos maiores flagelos do design (juntamente com o espremedor em forma de foguetão do Phillipe Starck e a cadeira Wassily do Marcel Breuer). Está por todo o lado - menus de restaurante, convites de casamento, anúncios de vitrine, web sites, relatórios médicos e outros que tais.
É sem dúvida encantador receber a análise médica com o resultado positivo do glioblastoma multiforme inoperável num tipo de letra jovial e divertido que faz parecer que é o Pato Donald quem lhe está a dizer que tem menos de um mês de vida, mas o caso mais paradigmático do uso abusivo deste tipo de letra é a lápide escrita em Comic Sans. Há lá coisa mais linda? Se fosse a minha lápide certamente que a minha alma careca voltaria do além a espumar ectoplasma da boca com sede de vingança. Por mim até poderia ser escrita em Wingdings ou Cyrillic que estaria tudo bem, mas Comic Sans...
Para os fundamentalistas dos Macs que se estão a rir a pensar que a Apple é que é, e que o Mac não têm cá dessas fateladas de fonts infantis, e que até os atilhos que seguram os fios do teclado foram projectados por uma equipe de pelo menos 500 designers e 700 engenheiros, ficam sabendo que a Comic Sans foi a font default do Apple ICards na web, quando foi lançado. Mais tarde a Apple produziu uma cópia da Comic Sans a que chamou Chalkboard, que actualmente é uma font de sistema no Mac OS X.
Para se juntar à luta ou comprar propaganda anti Comic Sans, visite o site www.bancomicsans.com
Acontece que odeio a Comic Sans com todas a células de designer do meu corpo. É um ódio visceral. Mas a culpa não é do bem intencionado Vincent Connare, como ele próprio explica: "A Comic Sans não foi projectada para ser um tipo de letra, mas apenas uma solução para um problema com a parte mais vulgarmente negligenciada do interface de um programa - a tipografia utilizada para comunicar a mensagem. Não houve intenção de incluir a Comic Sans em nenhuma aplicação que não aquelas especificamente desenhadas para crianças."
A font em si não é má, foi a sua utilização abusiva e desregrada que tornou a Comic Sans num dos maiores flagelos do design (juntamente com o espremedor em forma de foguetão do Phillipe Starck e a cadeira Wassily do Marcel Breuer). Está por todo o lado - menus de restaurante, convites de casamento, anúncios de vitrine, web sites, relatórios médicos e outros que tais.
É sem dúvida encantador receber a análise médica com o resultado positivo do glioblastoma multiforme inoperável num tipo de letra jovial e divertido que faz parecer que é o Pato Donald quem lhe está a dizer que tem menos de um mês de vida, mas o caso mais paradigmático do uso abusivo deste tipo de letra é a lápide escrita em Comic Sans. Há lá coisa mais linda? Se fosse a minha lápide certamente que a minha alma careca voltaria do além a espumar ectoplasma da boca com sede de vingança. Por mim até poderia ser escrita em Wingdings ou Cyrillic que estaria tudo bem, mas Comic Sans...
Para os fundamentalistas dos Macs que se estão a rir a pensar que a Apple é que é, e que o Mac não têm cá dessas fateladas de fonts infantis, e que até os atilhos que seguram os fios do teclado foram projectados por uma equipe de pelo menos 500 designers e 700 engenheiros, ficam sabendo que a Comic Sans foi a font default do Apple ICards na web, quando foi lançado. Mais tarde a Apple produziu uma cópia da Comic Sans a que chamou Chalkboard, que actualmente é uma font de sistema no Mac OS X.
Para se juntar à luta ou comprar propaganda anti Comic Sans, visite o site www.bancomicsans.com
Subscrever:
Mensagens (Atom)