Há muito, muito tempo, numa galáxia distante...
... viviam uns quantos heróis galácticos que nem imaginavam a sorte que tinham por não viver em nenhum país lusófono.
Começo por esclarecer que sou um fã da saga Star Wars. Tenho os filmes em dvd, fiz as belas das maratonas em que um grupo de amigos se reúne para fritar os olhos durante várias horas a ver os filmes todos de seguida, tenho a Marcha Imperial a tocar no telemóvel, e também fico a espumar da boca quando me dizem "eh - Star Wars ou Star Trek é a mesma coisa." Mas a questão é incontornável. Existe um grupo de personagens cujos nomes não inspiram coragem nem determinação, e tão pouco heroísmo, pelo menos na perspectiva do espectador lusófono. São eles Panaka e Ca.
George Lucas claramente não pensou no mercado português quando decidiu que no Episódio I - A Ameaça Fantasma, o chefe de segurança da raínha de Naboo se chamaria Panaka. Mais, o senhor Panaka, tendo já acumulado gloriosos anos ao serviço de sua majestade, ostenta a patente de capitão, daí o seu curioso nome - Capitão Panaka. Nome talvez mais indicado para um super-herói que em pequenino tenha sido mordido por um José Castelo Branco radioactivo.
Sua Majestade a Raínha Amidala também não está muito melhor. Ainda que "amígdala" seja menos depreciativo que "panaka", não é um nome digno de uma alteza real. A menos que seja alguma alcunha... aí abre-se um maravilhoso leque de possíveis interpretações.
A seguir temos o antagonista do episódio II, o Conde Dooku. Mestre Jedi convertido ao lado negro da força que assume o nome Sith, Darth Tyrannus. O que é bom, porque "Conde do Ku" não lhe traz imponência nenhuma perante o público lusitano, quanto muito pode é arranjar-lhe um contracto com a Endemol...
O quarto elemento desta companhia é o misterioso mestre Jedi Sifo-Dyas. No Episódio II, Sifo-Dyas é apenas uma referência, relacionado com a origem do exército dos clones, mas o seu nome sonante presiste na memória do portuga. Sifodias... Sifodias... Se o Luke Skywalker se tivesse chamado H. Ramos ou Óscar Alho também não teria vingado no mercado português. Digo eu...
Mas o George tá desculpado. Como é que ele é suposto saber que no rego do mundo o Conde do Ku é um travesti degradado com um programa de televisão? Eu até sou da opinião de que os nomes dos personagens da saga Star Wars são muito mais interessantes e criativos que por exemplo os do Star Trek - nada de Klingons e Borgs e merdas acabadas em Ongs e Bongs e o caneco.
Estou confiante que se o George tivesse um assistente de produção português que o alertasse para estas questões, não iria cometer o erro Grossmaniano* de ignorar o seu impacto na obra.
*Pedro Grossmann, um grande amigo que tinha um personagem de Dungeons & Dragons chamado Canníbis, e que ficava muito espantado quando lhe chamávamos Canábis.
Se chamarem Fída-se ao vosso filho, qual é que acham que vai ser a alcunha dele na escola?
3 comentários:
Uma vez sugeri ao meu amigo, José Dias, que chamasse ao filho Adolfo.
Ou mesmo Rodolfo...
Não sei porquê, optou por um nome que nem me lembro.
O nosso rego (salvo seja) tem apenas 10 milhões de potenciais expectadores, mas os brasucas são praí 20 vezes mais, o que me leva a crer que o Lucas (que se podia chamar Michael Anthony) tinha um objectivo claro e definido em baptisar a Rainha de Amidala. After all, é difícil esquecer a Natalia com um nome tão sugestivo.
Já agora, por curiosidade, o nome próprio dela é Padme.
Pad me.
Gottit?
Dejá vu?
Este post estava a apodrecer num outro blog esquecido em que só tinha escrito isto, portanto acho que merecia o protagonismo que só o KrippArt lhe pode conceder...
Enviar um comentário