A história mundial está cheia de más ideias, como pôr o marinheiro míope à procura de icebergs na torre do Titanic, ir fumar um cigarrinho à casa das máquinas enquanto se aterra o Hindenburg, ou contratar um mentecapto que não sabe a diferença entre fiambre e queijo para servir ao balcão do café.
Esta última parece-me ter sido uma ideia particularmente má, pelo simples facto de ser nesse café que eu lancho todos os dias.
Geralmente somos seis pessoas ao lanche, o que não simplifica nada a vida ao senhor, cuja capacidade de memorizar pedidos se resume a um pão com manteiga, um café, e um croissant de ovo que ele guarda religiosamente para a Joaninha (mas só porque está apaixonado, como demonstra a ausência do seu característico sorriso catatónico nos dias em que ela não lancha). De resto podemos sempre contar com um olhar vazio de qualquer entendimento e uma falta de actividade cerebral que faz inveja a qualquer calhau da calçada.
Começo a habituar-me à ideia de ter que pedir cinco vezes o pão com queijo e o sumo, e no fim comer um pão com fiambre, a seco, porque ele se esqueceu do sumo. Certo dia pedi uma sandes mista sem manteiga e o senhor começou a exibir sintomas de AVC. Dei por mim a pensar “mas o que se passará naquela cabeça?”. A reposta é simples – passa-se muito pouco, ou nada.
O melhor exemplo da capacidade vegetativa da criatura é um episódio recente onde pedi uma sandes de queijo, e naturalmente, ele fez um pão com fiambre. À saída eu disse: “quero pagar uma sandes de fiambre e um sumo”. O Miguel, que estava ao meu lado corrigiu-me: “foi uma sandes de queijo”. Ao que eu respondi: “realmente eu pedi uma sandes de queijo, mas o Sr. deu-me uma de fiambre”. Resposta do Sr. Mentecapto: “não faz mal, o preço é o mesmo”.
9 comentários:
E não é bom variar?
O que vale é que tu não és esquisito e contigo "marcha" tudo.
(sim, aguardo um comentário mais "maroto" da tua parte)
;)
Nao e novidade nenhuma... Isso acontece constantemente em todo o lado. Não ha nada a fazer.. a unica coisa a fazer mesmo é comer a sandes de fiambre e calar! :P
Pois Patrícia, tá mesmo a pedir... mas se já aguardas o comentário, fica para uma próxima oportunidade :)
Em contapartida, também há clientes que se mostram à altura desse empregado, como aquela senhora que ouvi uma vez a pedir "uma sandes mista, mas sem fiambre".
Sugiro que faças o mesmo, e assistas a um provável crash do sistema.
Ópá, não é verdade!!!
Ele está é apaixonado por ti, o homem faz o que pode para chamara tua atenção, mas tu não lhe ligas nenhuma!!
Se hoje chegares lá e lhe deres um beijinho, vais ver que ele nunca mais troca o teu pedido!
hihihi
Vê as coisas pelo lado positivo, pelo menos o preço é o mesmo!!! :)
Para a próxima experimenta pedir uma sandes de fiambre, pode ser que tenhas sorte e o Sr. faça uma sandes de queijo.
:)))))
Próxima oportunidade?
Onde está o teu rápido raciocínio? A tão conhecida "resposta na ponta da língua"?
Ou estás à espera da próxima oportunidade de me embaraçares no meu próprio blog?
Shame on You...
:)
Não me parece que o adjectivo usado para descrever o enamorado serviçal esteja bem direcionado. O queijo, como sabem, aguenta-se bem. Já o fiambre deve ser consumido rapidamente. Ora se A (o mentecapto ou o seu patrão) tem fiambre que lhe custou x (e que ele vende por y com y > x) tem de o vender rapidamente ou deitá-lo ao lixo. Porque é que o há-de deitar fora se o pode vender àquele ali? O queijo vender-lho-á amanhã, quando já não tiver fiambre.
Também me parece óbvio que não é só o mentecapto-de-resposta-airosa-na-ponta-da-lígua que está apaixonadeco - que se calhar nem está porque tudo tem limites e o facto de ser empregado não quer dizer que os testículos lhe deixem andar a mostrar os dentes a matulões, o critério para sorrir de um homem normal é uma fêmea, qualquer fêmea com umas mamas decentes, em idade apropriada, e não estar apaixonado por ela.
Donde o homem sorrir para a J. não quer dizer nada e só lhe fica bem. Já um bom critério para descortinar paixonetas é ver alguém com ciúmes tais que se enfurece ao reparar em todos os sorrisos inocentes, normais, instintivos, que outros dirigem ao objecto da sua paixão. Cof cof...
Pois caro gc, se calhar tem razão e o tipo é genial... De qualquer maneira acho mais democrático mandar-lhe uma galheta no trombil da próxima vez que me trocar o pedido.
Enviar um comentário