quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Tinta Digital

Estou rendido à pintura digital.
Comprei uma Intuos 3, uma das tablets mais recentes da wacom. Com uma definição de 200 linhas por milímetro e uma àrea útil ligeiramente maior que um A4, a tablet permite tanto um desenho gestual com movimentos do braço, como um trabalho minucioso de pormenor, capacidades que testei mais a fundo numa ilustração que fiz originalmente em aguarela e tinta-da-china, mas que nunca ganhou o impacto e dramatismo que eu pretendia. Usando o belo do Photoshop adicionei atmosfera, luz, pormenor e correcção de cor, e em cerca de 4 horas de trabalho descontraído resolvi todos os problemas que me atormentaram inicialmente na ilustração.

Como game artist numa pequena empresa de jogos, tive igualmente a oportunidade de experimentar a tablet num ambiente de produção para esboçar rapidamente diferentes conceitos para gráficos e ilustrações de jogos. A pintura digital permite manter as ilustrações completamente ajustáveis e editáveis até mesmo ao final do processo, o que é fundamental (mesmo quando o nosso director artístico somos nós próprios).
Claro que, tendo sido formado na ilustre Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, estou certamente a praticar a suprema heresia em trair assim o papel e o carvão. Mas quando se tem que ilustrar 600 cartinhas num mês, o papel e o carvão só servem mesmo para limpar o cú e acender o churrasco, respectivamente.

3 comentários:

Miguel Krippahl disse...

Se o destino do papel é cu e fogo, por essa ordem, será que o carvão tem o mesmo destino por ordem inversa?

Krippmeister disse...

Fonix! Eu sabia que não devia ter ido para artes...

Patricia Dias disse...

Eu já tive a oportunidade de ver o "artiste" :P a trabalhar ao vivo e a cores... Muito cool!

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